domingo, 23 de novembro de 2008

Fronteiras da Responsabilidade

03 de novembro de 2008 às 00:02
Por Colunista Patrícia Centeno

Responsabilidade social, no cotidiano das empresas brasileiras, está cada vez mais presente na forma de consciência e no modo de atuação de seus gestores. Os líderes estão mais envolvidos e preocupados com este tema considerando-o na tomada de decisão. Antes havia somente as demonstrações contábeis, agora os “relatórios de sustentabilidade” são mais transparentes a partir da cobrança dos stakeholders – sendo o pblico interno um dos fundamentais. Hoje, com a mudança cultural, existem empresas que se preocupam com as gerações futuras, respeitando desigualdades e diversidades.
Harmonia entre os pilares econômico, ambiental e social; aprimoramento das relações entre as empresas e seus diversos “stakeholders”; efeito estufa e alterações climáticas têm sido responsáveis pela preocupação em investir parte dos recursos para garantir a sustentabilidade dos negócios. Empresários partem em defesa que nenhuma corporação deve ficar de fora e, embora o foco seja sempre econômico, há como equilibrar os resultados com o fator ambiental e social,com ética e transparência.
ANÁLISE CRÍTICA:
Ao contrário do que se propaga, a influência dos stakeholders, nos dias de hoje, ainda não é suficiente para a mudança de comportamento das empresas. Estes concentram-se nas grandes empresas deixando de lado os pequenos e médios empresários, que ainda resistem a importância da sustentabilidade.Colaboradores e stakeholders devem estar integrados, desde o início, numa operação de co-desenvolvimento interdependentes. A sustentabilidade requer não somente crescimento por parte das empresas, mas desenvolvimento com responsabilidade e cumprimento do que se propõe. Balanço social, com lindas fotos e textos "caprichados" funcionam como fachada e não como retrato das atividades na maioria das empresas. A harmonia entre os pilares econômico, ambiental e social é necessária para que possa acontecer verdadeiramente o ato de responsabilidade social - e nenhuma corporação deveria ficar de fora.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Preocupação não é com ações de responsabilidade

Gazeta Mercantil - Valéria Serpa Leite
29 de setembro de 2008

O consumidor ainda está desatento quantoàa responsabilidade empresarial dos fabricantes dos produtos que consomem. Pesquisa mostra que 67% das pessoas das diversas classes e faixa etária entre 14 e 65 anos não prestam atenção às empresas relacionadas aos produtos que consomem. Ressalta que, na classe D, 80% não se preocupa com esse tema. Se o consumidor soubesse que o produto consumido está ligado a uma empresa com programas de responsabilidade social e ambiental esse número cairia para 37%. A maior surpresa está nos 29% das pessoas entre 51 e 65 anos que se preocupam em comprar produtos de empresas com ações sócio-ambientais, contra 11% dos adolescentes. No princípio as empresas cumpriam exigências legais, depois passaram a fazer filantropia, agora estão entendendo que se trata de uma necessidade – o valor delas passa a ser medido, também, pela origem de seu produtos.
ANÁLISE CRÍTICA
Atender bem o consumidor passa a ser requisito.Ouvir, identificar a solução, implementar o mais rápido possível, e isso tudo com qualidade.A partir da conscientização das pessoas a Responsabilidade Social Empresarial caminhará a passos mais largos. Não está mais importando o que as empresas falam de si mesmas e sim o que falam delas. Sem esquecer da responsabilidade refletida em ações sociais, nas quais 67% dos entrevistados, em outra pesquisa, focam suas expectativas.Premiar e punir – infelizmente o Brasil apresenta o menor grau de mobilização nesse sentido.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

GOMES, Adriano, MORETTI, Sérgio. A Responsabilidade e o Social – Uma discussão sobre o papel das empresas. Editora Saraiva, 1968.
Capítulo 2

Goethe previu, dois séculos atrás, os problemas atuais, na figura de um herói trágico imbuído de grandes projetos, que pretendia moldar a sociedade à sua imagem. Necessitou retirar a casa de um casal de velhinhos para um novo empreendimento - a vontade individual não podia impedir o interesse do progresso. Sua ordem foi cumprida.. Queimaram a casa, porém o casal não consegue sair a tempo e morre queimado. Na troca de acusações o herói culpa o executor da ordem pela tragédia e este se vai rindo, ciente que a "tentação do progresso" tinha um preço a pagar.
Gomes e Moretti fazem um paradoxo da noção clássica de progresso e o capitalismo pautado na construção e trabalho desenfreado. Esta glória chamada progresso convive com o fracasso na resolução de problemas cruciais para a vida humana – fome, pobreza, guerra, exploração. Tem-se uma visão arrogante do mundo, centrada na onipotência e soberba em relação ao restante da natureza. O homem destruidor dos seres chegou ao século XXI. Não somos inocentes, nem esclarecidos o suficiente. Necessitamos rever conceitos, diretrizes, objetivos. O conformismo e a apatia nos tornam infinitamente pequenos. Nosso "olhar" deveria ser mais humano e menos economicista. A ética deveria ser praticada. O progresso separou a sociedade da economia e esta deixou de servir plenamente aquela. Necessitamos encontrar soluções para as angústias individuais e coletivas. "Perda do encanto" é um termo forte usado pelos autores e expressa bem os sentimentos dos desassistidos.
A "sociedade do espetáculo" também é uma realidade. O mundo está a serviço de grupos dominantes, controlado através da mídia por poucas corporações, sem espaço para respostas, alienando as massas. Tecnociência e economia – teorias autoritárias e modelos de gestão hierarquizados. – fontes de mando e poder.
O Relatório Lugano, o Relatório Bruntdland, a Agenda 21, o Pacto Global, a Carta da Terra - iniciativas aperfeiçoadas com o passar do tempo, que apresentam uma visão abrangente a fim de equacionar os problemas complexos apresentados.
As organizações são o sistema social predominante e o foco dessas organizações deve incluir o ambiente em que está inserida, já que são afetadas por sua mudança. Os indivíduos estão em constante interação com essas organizações, seja no papel de usuário, comprador, funcionário, fornecedor, parceiro, etc. e podem influenciar as organizações. Esta é uma relação de mão-dupla. Um precisa do outro e, sendo assim, deve-se desenvolver princípios, valores e práticas que visam à sobrevivência. O impacto da globalização afetou a todos. Nasce uma nova consciência de que não é mais suficiente desenvolver produtos ou serviços de qualidade para se obter o reconhecimento social. A questão agora é a convivência entre a prática de mercado e responsabilidades sociais e ambientais.
Sociedade e empresa – diálogo permanente.

PALAVRAS-CHAVE:
Relatório; Agenda; Organizações; Progresso; Sociedade.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

GOMES, Adriano, MORETTI, Sérgio. A Responsabilidade e o Social - Uma discussão sobre o papel das empresas. Editora Saraiva, 1968.
Capítulo 1

Gomes e Adriano(1968) discutem o papel das empresas e a importância que dão ao que se entende por "social". A imaturidade do sistema evidencia uma confusão para resolver os problemas sociais - sobram marketing e regulamentações e faltam resultados concretos que comprovem o aprimoramentos das relações humanas e sociais. Os leitores são convidados a debater sobre o verdadeiro motivo que faz as empresas se preocuparem com a responsabilidade social e a discutir a noção de Estado, já que este vem reduzindo seu poder operacional e concentrando-se em políticas públicas. Os autores buscam verificar os atos praticados por empresas no Brasil e no exterior, baseados em pesquisa de campo, e propõem uma discussão sobre a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e o que se pretende deixar para as gerações futuras.

PALAVRAS-CHAVE:
Responsabilidade empresarial; Marketing social; Normas; Responsabilidade Social, Ação Social e Balanço Social.

Prêmio reconhece estratégias adotadas por grandes marcas

Gustavo Viana, Gazeta Mercantil
São Paulo, 29 de Agosto de 2008

A consultoria BrandFinance promoveu, em parceira com a Gazeta Mercantil, uma cerimônia de apresentação das 100 marcas mais valiosas do Brasil. Estudos baseados em indicadores que incluíram a governança corporativa, produtos/serviços, marketing, responsabilidade social das empresas, entre outros, colocaram o Bradesco em primeiro lugar. Por detrás campanhas publicitárias da agência Neogama/BBH: “120 razões para ser cliente completo e outra que ligava o circo de Soleil aos produtos do banco.
Também presente na premiação o McDonald´s – 66º no ranking dp BrandFinance, na pessoa de seu vice-presidente de marketing, disse que por ações como o MCDia Feliz criou laços com os consumidores e foi incorporada a comunidade.

ANÁLISE CRÍTICA:
O maioria do povo pode não ter cultura, mas nem todos são alienados - não é o McDonald´s quem “banca” sua campanha e sim seus consumidores e funcionários que, como é do conhecimento de todos, ganham um baixo salário por excesso de serviço sob pressão. Seus produtos nem são o “top” da saúde - estariam ajudando instituições de combate ao câncer como forma de amenizar o efeito de tão saudáveis alimentos? O marketing social traz lucro, agrega valor à marca e incrementa a venda de serviços e produtos. O Bradesco também sabe disso e investe pesado em campanhas publicitárias, mas é de conhecimento público que seus funcionários são pressionados a mostrar resultados, a exemplo de outros bancos, e as demissões são arbitrárias, conforme informação do Sindicato dos Bancários. A responsabilidade social verdadeira não deveria começar em casa?

sábado, 24 de maio de 2008

Uma oportunidade para a maioria negligenciada da América Latina

BID America
Presidente Luis Alberto Moreno

As reformas de liberalização do mercado em 1990, pela América Latina não valeram a pena para 360 milhões de latinos com poder de compra inferior a US$300 por mês já que maioria deles ainda não dispõe de acesso à água limpa, saneamento básico, escolas decentes, moradias, nem emprego. Novos de líderes insistem que o crescimento econômico deve gerar dividendos concretos para os pobres, porém enfrentam dilemas antigos de como fazê-lo. O setor privado seria um obstáculo ou fonte para soluções? Reformas reguladoras incentivam a concorrência e o investimento. Os governos, em sua maioria, têm implantado políticas que possibilitem às companhias privadas melhorar a vida dos pobres – como no caso dos celulares e da internet em cibercafés, acessíveis a trabalhadores autônomos e empresários informais. Com o direcionamento de pequenos empréstimos e empréstimos para moradia para pessoas excluídas, surge um novo mercado com produtos e serviços para população de baixa renda.

ANÁLISE CRÍTICA
Embora responsabilidade social seja definida de acordo com valores morais e ideais de conduta humana de determinados grupos ou organismo, o posicionamento e as medidas adotadas por um governo em relação ao funcionamento das empresas instaladas em seu país influi diretamente no resultado para com as condições de vida de seu povo.
As liberalizações de 1990, no Brasil, provocaram uma recessão em 1991, uma explosão de consumo que durou três anos a partir de 1994 e uma crise de desemprego nos anos de 1998 e 1999. Se por um lado os menos favorecidos tiveram acesso a uma maior variedade de bens com maior qualidade e menor preço, por outro as privatizações, a valorização da moeda e o aumento das importações foram fatais para centenas de empresas brasileiras – firmas estrangeiras requerem menos empregados e as empresas locais, quando não fecharam, demitiram para ajustar-se à concorrência.

Fonte:
http://www.iadb.org/idbamerica/index.cfm?thisid=4095

sábado, 10 de maio de 2008

Um lugar na sociedade

BID America
Sierra Morena - Bogotá - Colômbia, é uma área nas montanhas com casa pequenas e deterioradas. Lá vivem famílias que foram obrigadas a deixar o lugar onde viviam e todos os seus pertences, por conta dos conflitos armados. Duas mulheres - Teresa Diaz e Diva Trujillo - enfrentando a dura vida de “desalojadas”, decidem ajudar outras pessoas – 48% mulheres - que como elas foram forçadas a fugir em busca de anonimato e segurança, depois de terem seus parceiros mortos, desaparecidos ou recrutados à força. Num ambiente hostil e cheio de obstáculos, com intensa discriminação social e sem nenhum dinheiro, Teresa e Diva alugaram uma casa com a ajuda da Casa de la Mujer - organização não governamental - começaram a vender tamales e rifas nas ruas, além de buscar apoio em organizações que compreenderam a importância do projeto. O sonho a cresceu e hoje está representado no El Hogar de Paso (“Residência temporária”) e no Yo Mujer (“Eu, mulher”), uma associação que oferece segurança, esperança e aconselhamento para centenas de pessoas que foram desalojadas - auxiliadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pela Mencoldex, uma ONG local.

ANÁLISE CRÍTICA
A presença do Estado Colombiano é fraca e, às vezes, até inexistente em certas áreas. Não existe oportunidade de educação e grupos armados incorporam menores de 18 anos em suas fileiras. Educadores e sindicalistas são ameaçados de morte e se vêem obrigados a mudar para outros locais. A exemplo de outras regiões do planeta, os números nunca batem – enquanto a Rede de Solidariedade Social (órgão do governo) registrou 97.229 casos de desalojamento, a ONG CODHES (Consultoria para Direitos Humanos e o Desalojamento) calculou que 252.801 haviam sido desalojadas no mesmo período. É nesse momento que, longe de ser uma estratégia de marketing, surgem a Yo Mujer e a El Hogar de Paso, projetos sociais oriundos da responsabilidade de duas corajosas mulheres – Teresa e Diva – que melhor do que ninguém compreendiam o que seu povo precisava e escolheram enfrentar as adversidades e a falta de auxílio por parte das autoridades locais, ajudando outras pessoas. A falta de dinheiro não impediu que seus sonhos se tornassem realidade. Se cidadãs massacradas e sem recursos puderam fazer tanto, por que grandes empresas com recursos não fazem mais – mesmo por marketing?

Fonte
http://www.iadb.org/idamerica/index.cfm?thisid=3947

sábado, 26 de abril de 2008

Debate sobre dengue: Côrtes anuncia medidas para combater a pior epidemia da doença no país

O Globo Online
Simone Intrator

Sérgio Cortês, Secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, anunciou novas estratégias de combate a “dengue” – doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti: mobilizar bombeiros para aplicar ‘fumacês” portáteis; distribuir três milhões de revistas em quadrinhos para as escolas; obrigar que as empreiteiras das obras do PAC a não deixar lixo nas áreas; destruir o Parque das Águas que está abandonado no Recreio; agilizar a contagem dos óbitos por dengue. Também estão nos planos: incentivar a população a combater o mosquito, premiando, por exemplo, a rua da cidade com menos focos. Cortês reconheceu que a dengue não é um problema só da saúde, mas admite que a população é vítima.
Marcos Roig, pai de Rodrigo, de 6 anos, que morreu há pouco mais de um mês de dengue, falou que seu filho foi atendido numa clínica particular e foi vítima de negligência médica e que sua morte não entrou para as estatísticas. Indicou as Unidades de Pronto Atendimento para uma mãe com um bebê de 5 meses, que foi a de Irajá e ficou 14 horas em pé na fila sem receber atendimento. O secretário se diz supreso e justifica o fato à sobrecarga da referida UPA e fez um apelo à população:

- Sejam diagnosticados! Não saiam da fila!
Roberto Medronho - epidemiologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Saúde Pública ressaltou que é preciso mudar o enfoque: não adianta responsabilizar a população - ela é vítima - ninguém cria mosquito da dengue porque quer - disse o epidemiologista, que recomendou à população procurar primeiramente a rede pública para atendimento, onde os médicos estão mais bem preparados.

ANÁLISE CRÍTICA
Onde está a responsabilidade para com a sociedade por parte da administração pública. Num estado que cortou 49% das verbas destinadas ao combate de endemias e uma prefeitura que nega a existência de uma epidemia, é no mínimo estranho a criação de uma “Comissão de Óbitos”. Já é de conhecimento de todos que a atual epidemia é quase três vezes mais mortal que a de 2002. Onde estão aqueles que constantemente aplicavam “fumacê”, davam assistência preventiva e orientavam no combate ao “aedes”? “Fumacês”, revistas educativas, tendas de hidratação e atendimento - ainda que tardios - é melhor do que nada. Reconhecer que a população é vítima - o óbvio; premiar a rua com menos foco - contradição. Com tantos casos de mortes e agravamento da doença, seria utopia esperar dos médicos um diagnóstico correto e rápido. Acredito que o Dr. Medronho esteja um tanto desinformado quanto ao atendimento da população doente em hospitais públicos. Sabemos que o menino Rodrigo foi vítima dessa “incapacitação” em uma clínica particular, mas minha amiga Geralda teve três diagnósticos de virose, antes que fosse “salva” por urinar sangue - durante seu quarto atendimento - em um mesmo hospital público. Não havia mais como errar. Diagnóstico: DENGUE HEMORRÁGICA.

FONTE: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/04/08/debate_sobre_dengue_cortes_anuncia_medidas_para_combater_pior_epidemia_da_doenca_no_pais-426735680.asp

sábado, 12 de abril de 2008

Contra repercussão negativa, empresas adotam patrocínio social

Folhapress - Pequim (China)
Raul Juste Lopes

Raul Juste LopesDa FolhapressEm Pequim (China)
Gigantes como a Coca-cola, GE, Lenovo, McDonald´s, Microsoft, Visa, Adidas, Kodak, entre outros, gastaram milhões para patrocinarem a viagem ao mundo da tocha olímpica e os Jogos da Olimpíada em Pequim. Pressionados por ativistas pró-direitos humanos, patrocinadores - depois do “desastre” da volta ao mundo da tocha olímpica - tentam equilibrar a má propaganda que rodeia o evento com investimentos sociais. A Coca-cola anunciou que investirá na reconstrução das áreas destruídas no Sudão, além de liberar verbas para a Cruz Vermelha ajudar os refugiados de Darfur. A GE fez doações a instituições como a UNICEF e Care. Publicitários informaram, anonimamente, que há um esforço para enfatizar a responsabilidade social como forma de “equilibrar” o tema dos direitos humanos. Apesar da imagem negativa da China quanto aos direitos humanos, essas empresas olham o mercado chinês como prioritário e não querem que o público chinês os veja como traidores. O McDonald´s passou a abrir 24 horas suas lanchonetes em Pequim; a Adidas recolheu uma linha de produtos onde seu logo aparecia dentro da estrela maior da bandeira chinesa, após uma enquete no maior portal chinês; a Coca-cola desenvolve programa de preservação do rio Yangtsé; a Johnson & Johnson anuncia conselhos de saúde e higiene no país. Ainda assim os executivos da Coca-Cola foram chamados de covardes pela atriz Mia Farrow – ativista pelos refugiados de Dafur - por estes se negarem a fazer comentários políticos sobre a China, deixando bem claro que vender água doce é mais importante que salvar vidas.

ANÁLISE CRÍTICA
Muitos podem estar se perguntando o que esta matéria tem a ver com responsabilidade social. Quando um povo é oprimido por seus próprios governantes, ou quando estes rechaçam com violência protestos numa região autônoma vizinha ou, ainda, alia-se a responsáveis por genocídio, este governo não estaria sendo irresponsavelmente social? Será que censura, repressão e massacres de seres humanos se identificam com o lema das Olimpíadas – UNIÃO DOS POVOS – ou o fazem parecer mera ilusão? Não podemos esperar atitudes diferentes das acontecidas durante a trajetória da Tocha Olímpica. Embora encontremos posições divergentes como no caso dos Repórteres Sem Fronteiras(RSF), da Liga dos Direitos Humanos(LDH) e do Movimento contra o Racismo e pela Amizade entre os Povos(MRPA), é inaceitável a posição do governo chinês ao retrucar que o Comitê Olímpico Internacional(COI) não deveria misturar esporte com “assuntos políticos” IRRELEVANTES. A vida humana tornou-se sem valor frente a interesses políticos e financeiros de patrocinadores que se recusam a tomar uma posição para não perder o “mercado chinês” e passam a enfatizar a responsabilidade social com uma ajuda aqui e outra ali, como forma de protegerem suas imagens.

Fontes: http://olimpiadas.uol.com.br/ultimas/2008/04/10/ult5584u1124.jhtm

sábado, 29 de março de 2008

Itaú reduz tarifas de financiamento para empresas com foco em sustentabilidade

Revista Fator
05/03/2008 - 11:48 H

A Revista fator informou este mês que o Banco Itaú dará as construtoras e incorporadoras que adotarem critérios socioambientais 25% de isenção nas tarifas associadas ao financiamento de obras.O Banco Itaú vai avaliar a atuação dessas empresas na preservação do meio ambiente e ações sociais - desde a captação da água da chuva, tratamento de resíduos da obra, uso de madeira certificada e realização de programas educacionais no canteiro de obras. O objetivo, além de oferecer um produto mais competitivo, é o de incentivar o desenvolvimento social e ambiental da sociedade onde está inserido. Afirma, através de seu diretor de crédito imobiliário, que o Itaú procura ética, a transparência no relacionamento com seus clientes, colaboradores, acionistas, comunidade e busca a competência gerencial no intuito de obter soluções para os problemas sociais e ambientais em conjunto com a sociedade. Apresentou a sociedade sua política de crédito e avalia os riscos para todo projeto a partir de R$5 milhões. Informa, também que foi a primeira empresa a associar-se à organização internacional com o intuito de promover práticas socialmente responsáveis, além de trazer o ex-vice-presidente Al Gore ao Brasil, para debate sobre o aquecimento global. Ressaltou o investimento em programas de eco-eficiência, com o objetivo de reutilização da água da chuva e reciclagem de materiais diversos. Destacou o Fundo Itaú de Renda Fixa Ecomudança para financiamento de projetos focados na redução do efeito estufa e o Fundo Itaú de Excelência Social que destina 50% da taxa de administração a projetos na área da educação. Por essas práticas o Banco Itaú é reconhecido internacionalmente – sua marca liderou o ranking da consultoria inglesa Interbrand , integra o Dow Jones Sustainability World Index pelo oitavo ano consecutivo, compões o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa e foi considerado o banco mais ético e mais sustentável entre os maiores da América Latina. Foi o primeiro banco estrangeiro com negociações na Bolsa de Valores a atender às exigências da Sarbanes-Oxley.

ANÁLISE CRÍTICA
Ciente das pesquisas recentes que indicam que 60% dos brasileiros vêem como papel das empresas o empenho por melhorias na sociedade e quase 90% esperam que as grandes empresas estejam envolvidas na redução dos problemas sociais, verificamos que o Banco Itaú, a exemplo de outras empresas, já percebeu que a sustentabilidade de seus negócios depende de adicionar à responsabilidade empresarial as responsabilidades sociais e planetárias.
Espera-se de empresas que adotam essa postura que realmente estejam se preocupando em saber como os lucros são gerados e não apenas se estão aumentando ou diminuindo.
É louvável a notícia da iniciativa do Banco do Itaú em reduzir tarifas para clientes que têm a mesma preocupação com a sociedade, assim como a da reutilização de água – fator crucial - e a reciclagem dos cartuchos. Porém, diante de tantos outros fatos veiculados pela imprensa, vejo essas ações como parte de seu planejamento estratégico, vinculando sua marca a empresa de responsabilidade social.
O fato do autor da reportagem citar o Banco Itaú como sendo o único banco latino americano integrar o DJSI World, , como reconhecimento de sua conduta de empresa responsável socialmente e por ter sido considerado o banco mais ético e mais sustentável, não condiz, com as notícias veiculadas na imprensa, sobre as demissões de funcionários doentes, ou com a quantidade de ações nos Juizados Especiais, ou com os relatórios de responsabilidade social dos bancos, analisados pelo IDEC, onde se constata que o discurso e a prática se confrontam. Marcos Pó, responsável pela pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor(IDEC), diz não haver de fato nenhuma ação efetiva pelos bancos para melhorar as relações com clientes e funcionários. As principais falhas, obviamente foram encontradas na relação banco-cliente: concessão de crédito, movimentação de conta corrente, cobrança de tarifas. A mesma instituição financeira que desenvolve ações filantrópicas, é a mesma que desemprega milhares de trabalhadores. E a mesma instituição financeira que ajuda “uma creche aqui, um asilo ali”, é a mesma que pratica as mais altas taxas de juros do mundo, deixando de financiar a produção e de fomentar o desenvolvimento. Procure se informar sobre o número de ações trabalhistas na Justiça do Trabalho pela falta de pagamento de horas extras por parte dos bancos. Isto é Responsabilidade Social?

Fonte:
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=32446

domingo, 16 de março de 2008

Equilíbrio e responsabilidade

Aprendemos como entrar com sucesso no mercado profissional, mas não nos ensinam como viver em harmonia com a vida, interna e externa. Então, a grande maioria vive ignorando algo essencial da nossa existência. Dessa forma, houve uma inversão de valores na sociedade: o que é principal ficou na periferia e o que é periférico foi para o centro... De modo geral, não existe a cultura da amizade e do cuidado com a vida na nossa sociedade... Parece que esse é um dos grandes desafios das Nações: conseguir um compasso entre a expansão econômica, os avanços tecnológicos e a elevação do nível de sensibilidade e consciência do homem.