sábado, 24 de maio de 2008

Uma oportunidade para a maioria negligenciada da América Latina

BID America
Presidente Luis Alberto Moreno

As reformas de liberalização do mercado em 1990, pela América Latina não valeram a pena para 360 milhões de latinos com poder de compra inferior a US$300 por mês já que maioria deles ainda não dispõe de acesso à água limpa, saneamento básico, escolas decentes, moradias, nem emprego. Novos de líderes insistem que o crescimento econômico deve gerar dividendos concretos para os pobres, porém enfrentam dilemas antigos de como fazê-lo. O setor privado seria um obstáculo ou fonte para soluções? Reformas reguladoras incentivam a concorrência e o investimento. Os governos, em sua maioria, têm implantado políticas que possibilitem às companhias privadas melhorar a vida dos pobres – como no caso dos celulares e da internet em cibercafés, acessíveis a trabalhadores autônomos e empresários informais. Com o direcionamento de pequenos empréstimos e empréstimos para moradia para pessoas excluídas, surge um novo mercado com produtos e serviços para população de baixa renda.

ANÁLISE CRÍTICA
Embora responsabilidade social seja definida de acordo com valores morais e ideais de conduta humana de determinados grupos ou organismo, o posicionamento e as medidas adotadas por um governo em relação ao funcionamento das empresas instaladas em seu país influi diretamente no resultado para com as condições de vida de seu povo.
As liberalizações de 1990, no Brasil, provocaram uma recessão em 1991, uma explosão de consumo que durou três anos a partir de 1994 e uma crise de desemprego nos anos de 1998 e 1999. Se por um lado os menos favorecidos tiveram acesso a uma maior variedade de bens com maior qualidade e menor preço, por outro as privatizações, a valorização da moeda e o aumento das importações foram fatais para centenas de empresas brasileiras – firmas estrangeiras requerem menos empregados e as empresas locais, quando não fecharam, demitiram para ajustar-se à concorrência.

Fonte:
http://www.iadb.org/idbamerica/index.cfm?thisid=4095

sábado, 10 de maio de 2008

Um lugar na sociedade

BID America
Sierra Morena - Bogotá - Colômbia, é uma área nas montanhas com casa pequenas e deterioradas. Lá vivem famílias que foram obrigadas a deixar o lugar onde viviam e todos os seus pertences, por conta dos conflitos armados. Duas mulheres - Teresa Diaz e Diva Trujillo - enfrentando a dura vida de “desalojadas”, decidem ajudar outras pessoas – 48% mulheres - que como elas foram forçadas a fugir em busca de anonimato e segurança, depois de terem seus parceiros mortos, desaparecidos ou recrutados à força. Num ambiente hostil e cheio de obstáculos, com intensa discriminação social e sem nenhum dinheiro, Teresa e Diva alugaram uma casa com a ajuda da Casa de la Mujer - organização não governamental - começaram a vender tamales e rifas nas ruas, além de buscar apoio em organizações que compreenderam a importância do projeto. O sonho a cresceu e hoje está representado no El Hogar de Paso (“Residência temporária”) e no Yo Mujer (“Eu, mulher”), uma associação que oferece segurança, esperança e aconselhamento para centenas de pessoas que foram desalojadas - auxiliadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pela Mencoldex, uma ONG local.

ANÁLISE CRÍTICA
A presença do Estado Colombiano é fraca e, às vezes, até inexistente em certas áreas. Não existe oportunidade de educação e grupos armados incorporam menores de 18 anos em suas fileiras. Educadores e sindicalistas são ameaçados de morte e se vêem obrigados a mudar para outros locais. A exemplo de outras regiões do planeta, os números nunca batem – enquanto a Rede de Solidariedade Social (órgão do governo) registrou 97.229 casos de desalojamento, a ONG CODHES (Consultoria para Direitos Humanos e o Desalojamento) calculou que 252.801 haviam sido desalojadas no mesmo período. É nesse momento que, longe de ser uma estratégia de marketing, surgem a Yo Mujer e a El Hogar de Paso, projetos sociais oriundos da responsabilidade de duas corajosas mulheres – Teresa e Diva – que melhor do que ninguém compreendiam o que seu povo precisava e escolheram enfrentar as adversidades e a falta de auxílio por parte das autoridades locais, ajudando outras pessoas. A falta de dinheiro não impediu que seus sonhos se tornassem realidade. Se cidadãs massacradas e sem recursos puderam fazer tanto, por que grandes empresas com recursos não fazem mais – mesmo por marketing?

Fonte
http://www.iadb.org/idamerica/index.cfm?thisid=3947