O Globo Online
Simone Intrator

Marcos Roig, pai de Rodrigo, de 6 anos, que morreu há pouco mais de um mês de dengue, falou que seu filho foi atendido numa clínica particular e foi vítima de negligência médica e que sua morte não entrou para as estatísticas. Indicou as Unidades de Pronto Atendimento para uma mãe com um bebê de 5 meses, que foi a de Irajá e ficou 14 horas em pé na fila sem receber atendimento. O secretário se diz supreso e justifica o fato à sobrecarga da referida UPA e fez um apelo à população:
- Sejam diagnosticados! Não saiam da fila!
Roberto Medronho - epidemiologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Saúde Pública ressaltou que é preciso mudar o enfoque: não adianta responsabilizar a população - ela é vítima - ninguém cria mosquito da dengue porque quer - disse o epidemiologista, que recomendou à população procurar primeiramente a rede pública para atendimento, onde os médicos estão mais bem preparados.
ANÁLISE CRÍTICA
Onde está a responsabilidade para com a sociedade por parte da administração pública. Num estado que cortou 49% das verbas destinadas ao combate de endemias e uma prefeitura que nega a existência de uma epidemia, é no mínimo estranho a criação de uma “Comissão de Óbitos”. Já é de conhecimento de todos que a atual epidemia é quase três vezes mais mortal que a de 2002. Onde estão aqueles que constantemente aplicavam “fumacê”, davam assistência preventiva e orientavam no combate ao “aedes”? “Fumacês”, revistas educativas, tendas de hidratação e atendimento - ainda que tardios - é melhor do que nada. Reconhecer que a população é vítima - o óbvio; premiar a rua com menos foco - contradição. Com tantos casos de mortes e agravamento da doença, seria utopia esperar dos médicos um diagnóstico correto e rápido. Acredito que o Dr. Medronho esteja um tanto desinformado quanto ao atendimento da população doente em hospitais públicos. Sabemos que o menino Rodrigo foi vítima dessa “incapacitação” em uma clínica particular, mas minha amiga Geralda teve três diagnósticos de virose, antes que fosse “salva” por urinar sangue - durante seu quarto atendimento - em um mesmo hospital público. Não havia mais como errar. Diagnóstico: DENGUE HEMORRÁGICA.
FONTE: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/04/08/debate_sobre_dengue_cortes_anuncia_medidas_para_combater_pior_epidemia_da_doenca_no_pais-426735680.asp
Roberto Medronho - epidemiologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Saúde Pública ressaltou que é preciso mudar o enfoque: não adianta responsabilizar a população - ela é vítima - ninguém cria mosquito da dengue porque quer - disse o epidemiologista, que recomendou à população procurar primeiramente a rede pública para atendimento, onde os médicos estão mais bem preparados.
ANÁLISE CRÍTICA
Onde está a responsabilidade para com a sociedade por parte da administração pública. Num estado que cortou 49% das verbas destinadas ao combate de endemias e uma prefeitura que nega a existência de uma epidemia, é no mínimo estranho a criação de uma “Comissão de Óbitos”. Já é de conhecimento de todos que a atual epidemia é quase três vezes mais mortal que a de 2002. Onde estão aqueles que constantemente aplicavam “fumacê”, davam assistência preventiva e orientavam no combate ao “aedes”? “Fumacês”, revistas educativas, tendas de hidratação e atendimento - ainda que tardios - é melhor do que nada. Reconhecer que a população é vítima - o óbvio; premiar a rua com menos foco - contradição. Com tantos casos de mortes e agravamento da doença, seria utopia esperar dos médicos um diagnóstico correto e rápido. Acredito que o Dr. Medronho esteja um tanto desinformado quanto ao atendimento da população doente em hospitais públicos. Sabemos que o menino Rodrigo foi vítima dessa “incapacitação” em uma clínica particular, mas minha amiga Geralda teve três diagnósticos de virose, antes que fosse “salva” por urinar sangue - durante seu quarto atendimento - em um mesmo hospital público. Não havia mais como errar. Diagnóstico: DENGUE HEMORRÁGICA.
FONTE: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/04/08/debate_sobre_dengue_cortes_anuncia_medidas_para_combater_pior_epidemia_da_doenca_no_pais-426735680.asp