sábado, 10 de maio de 2008

Um lugar na sociedade

BID America
Sierra Morena - Bogotá - Colômbia, é uma área nas montanhas com casa pequenas e deterioradas. Lá vivem famílias que foram obrigadas a deixar o lugar onde viviam e todos os seus pertences, por conta dos conflitos armados. Duas mulheres - Teresa Diaz e Diva Trujillo - enfrentando a dura vida de “desalojadas”, decidem ajudar outras pessoas – 48% mulheres - que como elas foram forçadas a fugir em busca de anonimato e segurança, depois de terem seus parceiros mortos, desaparecidos ou recrutados à força. Num ambiente hostil e cheio de obstáculos, com intensa discriminação social e sem nenhum dinheiro, Teresa e Diva alugaram uma casa com a ajuda da Casa de la Mujer - organização não governamental - começaram a vender tamales e rifas nas ruas, além de buscar apoio em organizações que compreenderam a importância do projeto. O sonho a cresceu e hoje está representado no El Hogar de Paso (“Residência temporária”) e no Yo Mujer (“Eu, mulher”), uma associação que oferece segurança, esperança e aconselhamento para centenas de pessoas que foram desalojadas - auxiliadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pela Mencoldex, uma ONG local.

ANÁLISE CRÍTICA
A presença do Estado Colombiano é fraca e, às vezes, até inexistente em certas áreas. Não existe oportunidade de educação e grupos armados incorporam menores de 18 anos em suas fileiras. Educadores e sindicalistas são ameaçados de morte e se vêem obrigados a mudar para outros locais. A exemplo de outras regiões do planeta, os números nunca batem – enquanto a Rede de Solidariedade Social (órgão do governo) registrou 97.229 casos de desalojamento, a ONG CODHES (Consultoria para Direitos Humanos e o Desalojamento) calculou que 252.801 haviam sido desalojadas no mesmo período. É nesse momento que, longe de ser uma estratégia de marketing, surgem a Yo Mujer e a El Hogar de Paso, projetos sociais oriundos da responsabilidade de duas corajosas mulheres – Teresa e Diva – que melhor do que ninguém compreendiam o que seu povo precisava e escolheram enfrentar as adversidades e a falta de auxílio por parte das autoridades locais, ajudando outras pessoas. A falta de dinheiro não impediu que seus sonhos se tornassem realidade. Se cidadãs massacradas e sem recursos puderam fazer tanto, por que grandes empresas com recursos não fazem mais – mesmo por marketing?

Fonte
http://www.iadb.org/idamerica/index.cfm?thisid=3947

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