sábado, 29 de março de 2008

Itaú reduz tarifas de financiamento para empresas com foco em sustentabilidade

Revista Fator
05/03/2008 - 11:48 H

A Revista fator informou este mês que o Banco Itaú dará as construtoras e incorporadoras que adotarem critérios socioambientais 25% de isenção nas tarifas associadas ao financiamento de obras.O Banco Itaú vai avaliar a atuação dessas empresas na preservação do meio ambiente e ações sociais - desde a captação da água da chuva, tratamento de resíduos da obra, uso de madeira certificada e realização de programas educacionais no canteiro de obras. O objetivo, além de oferecer um produto mais competitivo, é o de incentivar o desenvolvimento social e ambiental da sociedade onde está inserido. Afirma, através de seu diretor de crédito imobiliário, que o Itaú procura ética, a transparência no relacionamento com seus clientes, colaboradores, acionistas, comunidade e busca a competência gerencial no intuito de obter soluções para os problemas sociais e ambientais em conjunto com a sociedade. Apresentou a sociedade sua política de crédito e avalia os riscos para todo projeto a partir de R$5 milhões. Informa, também que foi a primeira empresa a associar-se à organização internacional com o intuito de promover práticas socialmente responsáveis, além de trazer o ex-vice-presidente Al Gore ao Brasil, para debate sobre o aquecimento global. Ressaltou o investimento em programas de eco-eficiência, com o objetivo de reutilização da água da chuva e reciclagem de materiais diversos. Destacou o Fundo Itaú de Renda Fixa Ecomudança para financiamento de projetos focados na redução do efeito estufa e o Fundo Itaú de Excelência Social que destina 50% da taxa de administração a projetos na área da educação. Por essas práticas o Banco Itaú é reconhecido internacionalmente – sua marca liderou o ranking da consultoria inglesa Interbrand , integra o Dow Jones Sustainability World Index pelo oitavo ano consecutivo, compões o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa e foi considerado o banco mais ético e mais sustentável entre os maiores da América Latina. Foi o primeiro banco estrangeiro com negociações na Bolsa de Valores a atender às exigências da Sarbanes-Oxley.

ANÁLISE CRÍTICA
Ciente das pesquisas recentes que indicam que 60% dos brasileiros vêem como papel das empresas o empenho por melhorias na sociedade e quase 90% esperam que as grandes empresas estejam envolvidas na redução dos problemas sociais, verificamos que o Banco Itaú, a exemplo de outras empresas, já percebeu que a sustentabilidade de seus negócios depende de adicionar à responsabilidade empresarial as responsabilidades sociais e planetárias.
Espera-se de empresas que adotam essa postura que realmente estejam se preocupando em saber como os lucros são gerados e não apenas se estão aumentando ou diminuindo.
É louvável a notícia da iniciativa do Banco do Itaú em reduzir tarifas para clientes que têm a mesma preocupação com a sociedade, assim como a da reutilização de água – fator crucial - e a reciclagem dos cartuchos. Porém, diante de tantos outros fatos veiculados pela imprensa, vejo essas ações como parte de seu planejamento estratégico, vinculando sua marca a empresa de responsabilidade social.
O fato do autor da reportagem citar o Banco Itaú como sendo o único banco latino americano integrar o DJSI World, , como reconhecimento de sua conduta de empresa responsável socialmente e por ter sido considerado o banco mais ético e mais sustentável, não condiz, com as notícias veiculadas na imprensa, sobre as demissões de funcionários doentes, ou com a quantidade de ações nos Juizados Especiais, ou com os relatórios de responsabilidade social dos bancos, analisados pelo IDEC, onde se constata que o discurso e a prática se confrontam. Marcos Pó, responsável pela pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor(IDEC), diz não haver de fato nenhuma ação efetiva pelos bancos para melhorar as relações com clientes e funcionários. As principais falhas, obviamente foram encontradas na relação banco-cliente: concessão de crédito, movimentação de conta corrente, cobrança de tarifas. A mesma instituição financeira que desenvolve ações filantrópicas, é a mesma que desemprega milhares de trabalhadores. E a mesma instituição financeira que ajuda “uma creche aqui, um asilo ali”, é a mesma que pratica as mais altas taxas de juros do mundo, deixando de financiar a produção e de fomentar o desenvolvimento. Procure se informar sobre o número de ações trabalhistas na Justiça do Trabalho pela falta de pagamento de horas extras por parte dos bancos. Isto é Responsabilidade Social?

Fonte:
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=32446

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